Nesta sexta-feira (12), a presidenta Dilma Rousseff retoma sua agenda oficial após compromissos internacionais em Bruxelas, na Bélgica.
Às 16h, no Palácio da Alvorada, a presidenta recebe o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva.
Mercosul deve sinalizar que está unido para fechar acordo com a União Europeia
A presidenta Dilma Rousseff defendeu, nesta quinta-feira (11), a importância dos países do Mercosul sinalizarem que estão unidos e que farão uma oferta conjunta de acordo com a União Europeia. Dilma conversou com jornalistas após encontro com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Bruxelas, durante o último dia da programação da II Cúpula UE-Celac.
A reunião teve, entre seus objetivos, o de avançar nas condições para fechar uma possível data de apresentação da oferta simultânea de um acordo entre os dois blocos. E, apesar dessa data não ter sido ainda acertada, Dilma Rousseff avaliou que o encontro foi positivo, pois um documento desse porte é de grande complexidade e foi possível avançar nos detalhes da negociação.
“Não é trivial, entre quaisquer países, fazer um acordo comercial [desse porte]. Vinte e sete países integram a União Europeia. Se a gente considerar que são países diferenciados e que eles têm, também, de fazer suas discussões, seria algo fantástico. Por que até hoje não saiu ainda um acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos? Por que não saiu um acordo entre a União Europeia e o Japão? Acordos bilaterais podem ser difíceis para qualquer país ou para qualquer região. O que você tem que ter é disposição de fazer”, disse.
Retomada da Rodada Doha
De outra parte, a presidente lembrou que o fato de esse acordo estar sendo fechado não significa que não se possa tentar novamente avançar na Rodada Doha, que visa liberalizar o comércio mundial.
“Na verdade, a Rodada de Doha é que criaria um outro ambiente, um completo e diferente ambiente para o comércio internacional entre todos os países. Acho que, assim, teria um efeito grande no Produto Interno Bruto do mundo. Um acordo internacional do padrão Doha, que era aqui que a gente queria”, afirmou.
Participação da Argentina
Dilma Rousseff disse também acreditar na participação da Argentina no acordo Mercosul-UE e que o país vizinho é um grande parceiro do Brasil. “Nós temos que ter toda a consideração com a Argentina e não existe motivo para a Argentina não ir conosco. Ela tem essa disposição de fechar [o acordo]”, garantiu.
Parcerias com a Alemanha
A presidenta relatou ainda que conversou com Angela Merkel sobre a visita que a chanceler fará no segundo semestre ao Brasil, acompanhada de vários ministros de Estado. “Essa visita, para nós, é importantíssima. Uma visita de alto nível, ela não vai sozinha, vai com uma parte do ministério. O Brasil passa a ser um parceiro especial porque essa visita de alto nível é feita com poucos países”.
Os principais pontos da pauta do encontro, segundo Dilma, serão ampliação do comércio; uma parceria forte na área de indústria, desenvolvimento tecnológico, científico; formação profissional e técnica.
“Porque eles se caracterizam – a indústria alemã – por uma grande expertise na área de inovação ali, chão de fábrica. E pela capacidade de ter uma indústria de alta qualidade, de alta precisão. Então, nos interessa isso. Nos interessa continuar a nossa discussão sobre cibersegurança. E também uma cooperação na área de tecnologia digital, na medida em que o mundo tende a digitalizar todos os processos, mesmo os mais complexos”, afirmou Dilma.
Cenário econômico
Merkel e Dilma Rousseff conversaram, ainda, sobre questões relativas às relações no G20 e em outros organismos financeiros e também discutiram sobre temas relevantes no cenário mundial. “Principalmente, fizemos uma avaliação da recuperação econômica na Europa, em um cenário de recuperação ainda incipiente”, disse a presidenta, com base na divulgação do Banco Mundial que a economia internacional vai crescer 2,8% neste ano.
Mesmo assim, disse acreditar em um processo de recuperação a partir do próximo ano, tanto para a China quanto para o Brasil e outros países emergentes. “Apesar do fim do superciclo das commodities, que se encerrou, acho que todos esses países vão ter uma recuperação – o Brasil, a China, a África do Sul, a Rússia. Todos nós vamos ter uma recuperação. E na América Latina é importante notar que também ocorreu uma mudança no patamar do crescimento. De um lado por conta dos minérios – cobre, etc. – de outro lado, por conta do preço do petróleo”, avaliou.
Próximos eventos no Brasil
Sobre sua conversa com Donald Tusk, a presidenta informou que eles falaram também sobre os próximos encontros que serão realizados no Brasil. “Vai ter [a 8ª Cúpula] Mercosul-Brasil em julho e vai ter [reunião de chanceleres com] União Europeia no segundo semestre. Nós temos que marcar a data para esse encontro entre a União Europeia e o Brasil, que os nossos chanceleres farão”.
Segundo informações divulgadas pela União Europeia, a próxima cúpula de chanceleres UE-Brasil, a ser realizada no terceiro trimestre deste ano, será um momento importante para avaliar o progresso alcançado na relação bilateral e estabelecer objetivos comuns para o próximo ano.
Governo toma medidas para fortalecer economia e vai derrubar o avanço dos preços, afirma Dilma
A presidente Dilma Rousseff garantiu que o governo está bastante atento à inflação e que não permitirá que ela fuja ao controle. “É um objetivo que nós temos que é derrubar [a inflação]. E derrubar logo. O Brasil não pode conviver com uma taxa alta de inflação. Não pode e não vai”, disse ela em entrevista coletiva em Bruxelas, onde participou da II Cúpula União Europeia-Celac.
Para isso, acrescentou, todas as medidas estão sendo tomadas para fortalecer macroeconomicamente o País e construir uma situação estável. “Nós temos certeza de que a causa da inflação, ela não é estrutural, ela é conjuntural”. E citou, principalmente, os efeitos de uma seca de raras proporções que atinge há três anos o Nordeste e, inclusive agora, o Sudeste, onde se concentram algumas das maiores hidrelétricas do País.
“A seca atingiu de forma absolutamente atípica o Brasil. Estamos no terceiro ano, terceiro ano e meio, de seca violenta no Nordeste. E temos tido o problema da hidrologia no Sudeste, que é diversa. Ele é raríssimo nessa proporção. São dois anos seguidos em que você tem uma hidrologia absolutamente baixa. Isso afeta o preço dos alimentos”.
Ajuste cambial
Por outro lado, o País vem sofrendo as consequências do ajuste cambial que também afetam a economia. “Esse ajuste cambial, não fomos nós que provocamos. Nós sofremos o efeito dele”, disse. E lembrou que a cotação do dólar saltou de um patamar de US$ 1 por R$ 1,60 em 2012 para US$ 1 por R$ 3,17 atualmente.
“É sabido que o ajuste cambial provoca essas oscilações. (…) Esse ajuste é passado para o preço. Essa passagem para o preço não acontece todos os dias, acontece enquanto está [havendo] essa flutuação”.
Dilma Rousseff alertou que a economia global passará ainda por outro processo difícil, que será a elevação prevista nos juros americanos, mas disse que o País já está pronto para enfrentar essa situação. “Nós estamos extremamente preparados para isso. Então, acredito que houve esse movimento da inflação, que ele se estabilize e nós estamos agora tomando todas as medidas para derrubá-la”, reafirmou. Para a presidenta, não há razão para pessimismo no momento e a população deve manter seu nível de consumo.
Fonte:
http://blog.planalto.gov.br/
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A presidenta Dilma Rousseff defendeu a importância dos países do Mercosul
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